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    Rondônia, terça, 14 de outubro de 2025.

Nacional

Zoom pode ter perdido a chance de virar gigante de tecnologia

Com a quarentena global em razão da pandemia do novo coronavírus, que gera problemas de saúde pública a todos os países, profissionais que trabalham de casa passaram a usar mais as ferramentas digitais para videoconferências. Com isso, a americana Zoom Video Communications ganhou destaque. A empresa possui um aplicativo multiplataforma que funciona para fazer chamadas em vídeo em grupo, com duração de 40 minutos, gratuitamente — ou mais tempo, em um plano pago. O número de acessos diários ao serviço passou de 10 milhões para 200 milhões por dia em apenas algumas semanas. E as ações subiram mais de 60% no ano.

Parecia uma oportunidade de ouro para que uma nova empresa passasse a integrar o seleto grupo de gigantes da tecnologia, junto a Amazon, Google e Facebook. No entanto, com o aumento do uso do aplicativo, surgiram também problemas de privacidade.

Gravações de chamadas em vídeo ficaram disponíveis na web sem o devido consentimento de todos os participantes. As gravações eram guardadas em uma pasta em um serviço online sem a proteção de uma senha. O caso foi reportado pelo jornal americano The Washington Post, que alertou a empresa antes da publicação.

Outro tropeço da Zoom foi encontrado pelo site Motherboard, que publicou uma reportagem na qual revela que o aplicativo do serviço de videoconferências online para iPhone se conectava à interface de programação de aplicações do Facebook. Essa API serve para a troca de informações com a rede social, como dados sobre o dispositivo em que o app é usado.

Para Arthur Igreja, professor da FGV especialista em tecnologia e inovação, mesmo com todas as condições de aproveitar a crise do coronavírus para crescer e se estabelecer como um gigante da tecnologia, a empresa tornou-se alvo de investigação de especialistas e ataques à privacidade do serviço pelo mesmo motivo que qualquer outra empresa seria: ela conquistou muitos usuários em pouco tempo, e não fez a lição de casa.

“A segurança deveria estar na agenda da empresa desde o dia zero. A empresa pode estar perdendo a chance de se estabelecer como uma das grandes empresas de tecnologia porque falhou no dever de casa. Os problemas de reputação e credibilidade já fazem as pessoas substituírem o Zoom pelo Microsoft Teams ou outros serviços similares. Há ainda uma história sobre o vazamento de dados para a China e as teorias de conspiração sem sentido ainda relacionam a empresa com a covid-19“, afirma Igreja, em entrevista à EXAME.

Pesquisadores da Universidade de Toronto fizeram um estudo sobre a privacidade do aplicativo da Zoom e concluíram que a empresa tem servidores na China que podem ser usados mesmo em conversas sem relação alguma com o país. Por isso, eles recomendam que o serviço de videoconferência não seja usado para falar sobre temas sigilosos.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) bloqueou o aplicativo da Zoom em razão das falhas de segurança. Ou seja, funcionários da Anvisa não usam mais o Zoom. O Google fez o mesmo.

Em entrevista concedida à Revista EXAME, Eric Yuan, fundador do aplicativo Zoom, defendeu a empresa e ressaltou que a privacidade dos usuários do aplicativo de videoconferências é respeitada. “Posso garantir: o Zoom é seguro. Sinta-se à vontade para usá-lo. Não temos nenhuma relação com a China. Nós construímos uma arquitetura de servidores que são distribuídos globalmente. Temos servidores no Brasil. Temos servidores nos Estados Unidos. Temos servidores na China. Se você e eu temos uma reunião pelo Zoom, você se conecta pelo data center do Brasil. E eu me conecto pelo data center localizado nos Estados Unidos. Se alguém de nossa equipe na China se conectar, ele vai se conectar pelo data center da China. É assim que funciona. Só em casos extremamente raros, quando os servidores de backup estão todos ocupados, é que o sistema redireciona a chamada para os servidores na China”, afirmou Yuan.

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Com as crises de privacidade da Zoom, empresas de tecnologia já estabelecidas podem se beneficiar ao conquistar mais usuários, como é o caso da Microsoft, que tem o Teams, do Google, que tem o Hangouts, e do Facebook, com o Messenger.

Fonte: Exame

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