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    Rondônia, domingo, 19 de outubro de 2025.

Nacional

Família, fãs e amigos se despedem de Ziraldo no Rio de Janeiro

É entre algumas lágrimas, e muitos sorrisos de amigos e parentes lembrando histórias e momentos, que o corpo do jornalista e cartunista Ziraldo começou a ser velado no segundo piso do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro na manhã deste domingo, 7. O céu acinzentado de um fim de semana de pouco sol na capital fluminense dá o tom de despedida.

O velório de Ziraldo começou às 10 horas, inicialmente restrito à família. Enquanto isso, do lado de fora do MAM uma pequena fila de fãs se formou para prestar homenagens ao cartunista. A entrada do público foi liberada por volta das 10h20.

Filha de Ziraldo, a cineasta Daniela Thomas afirmou que a família está comovida com as diversas homenagens recebidas nas últimas horas. “Ontem fiquei muito impressionada com a repercussão, porque a gente fica tratando de uma pessoa num lugar muito pequeno, em casa, tratando de uma pessoa que está doente, que a gente ama muito, com muito carinho. Minha família toda está muito emocionada com a onda de amor, com a onda de reconhecimento que a gente está vivendo, inclusive aqui, agora”, declarou Daniela.

Ela ressaltou o legado do cartunista, que sempre falou sobre a importância da leitura na vida das pessoas. “Já fazia um tempo que meu pai não ia nas escolas, mas ele passou os últimos 20 anos de vida ativa dele circulando pelo Brasil, indo de escola em escola com essa mensagem de que (é preciso) ler”, lembrou Daniela. “Esse mundo digital é perigoso, talvez tire essa oportunidade. Se ele estivesse vivo, ativo, estaria ainda nessa luta para lembrar as pessoas que nada é mais lindo que um livro maravilhoso na mão”.

Políticos e autoridades também foram ao MAM. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, enalteceu a importância do escritor para a própria cidade.

“Vim aqui prestar minhas homenagens (na pessoa) física e na jurídica. Na física, porque eu tive a alegria de conviver com o Ziraldo e desfrutar um pouco da companhia e da amizade dele, e na jurídica como prefeito dos cariocas. A gente sabe que Minas Gerais é muito conectada com o Rio, e o Ziraldo era um desses mineiros que marcou história desta cidade. A partir aqui do Rio que ele foi construindo esse legado, de um cara da cultura, uma pessoa interessante, boa de conversa. Teve uma vida muito bem vivida”, declarou.

O criador de ‘O Menino Maluquinho’ morreu na tarde de sábado, 6. Ele estava em sua casa, na Lagoa, zona sul do Rio de Janeiro. Segundo a família, o cartunista de 91 anos faleceu por causas naturais.

Inicialmente, o velório estava marcado para o salão nobre da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), mas foi mudado para o MAM a pedido da família. As homenagens ficarão abertas ao público até às 15h. O sepultamento de Ziraldo está previsto para acontecer às 16h30 no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul carioca.

VIDA E OBRA

Ziraldo nasceu em Caratinga, Minas Gerais, em 24 de outubro de 1932. Começou sua carreira em 1954, na “Folha da Manhã” (hoje, Folha de São Paulo), com uma coluna de humor.

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Ele se formou em Direito, em 1957, na Faculdade de Direito de Minas Gerais. Casou-se em 1958, com Vilma Gontijo, com quem teve três filhos.

Ziraldo começou a ganhar fama nacional com os trabalhos na revista O Cruzeiro e Jornal do Brasil.

Lançou em 1960 a revista em quadrinhos “Turma do Pererê”, a primeira história em quadrinhos a cores produzida no Brasil. A obra também foi o primeiro gibi brasileiro feito por um só autor.

A história foi cancelada após o início da ditadura militar, voltando nos anos 70. Lançou em 1980 sua obra mais famosa, “O Menino Maluquinho”.

(Estadão Conteúdo e Folhapress)

Fonte: O tempo

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