Connect with us

Hi, what are you looking for?

    Rondônia, segunda, 20 de outubro de 2025.

Nacional

Justiça torna ré chilena que chamou de ‘judia assassina’ dona de loja na Bahia

A Justiça da Bahia tornou ré uma chilena suspeita de atacar uma comerciante judia de Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro (BA), no último dia 2 de fevereiro. A vítima, que gravou um vídeo com a agressão e deu queixa na polícia, foi xingada de “assassina de crianças” e teve sua loja depredada pela agressora.

As imagens mostram uma mulher chamando a comerciante Herta Breslauer de “sionista” e “assassina de criança”. Ela quebra as mercadorias nas estantes da loja e, em seguida, grita: “Eu vou te pegar, maldita sionista”. A agressora foi imobilizada por homens que a levaram para fora do local.
No vídeo com os xingamentos, é possível ouvir a vítima falar que é judia, em meio às agressões verbais.

A denúncia, que tornou Ana Maria Leiva Blanco ré, foi recebida no último dia 7 pelo juiz André Marcelo Strogenski, da 1ª Vara Criminal de Porto Seguro. O magistrado deu dez dias de prazo para manifestação das partes.
Assim, a suspeita responderá judicialmente por injúria racial. Caso condenada, ela poderá pegar de dois a cinco anos de reclusão.

O inquérito instaurado pela Polícia Civil da Bahia apurou crime de racismo, lesão corporal e dano praticado.

A reportagem não conseguiu contato com Blanco. No processo, disponível no site do Tribunal de Justiça da Bahia, não consta o nome de sua defesa.
Em recente entrevista do Fantástico, da TV Globo, a mulher disse que teve um surto e que se arrependia.

“Eu me arrependo muito. Isso aqui não tem nada a ver com intolerância religiosa, tem a ver com uma coisa política. Ela pensa de um jeito eu penso de outro, e ela quer que eu pense do jeito dela”, afirmou ela na entrevista à TV.

“Se alguma pessoa do povo judeu se sentiu ofendida com as minhas palavras, eu peço desculpa”, disse.

Ainda segunda a reportagem, ela afirmou que faz uso de remédio controlado e que teve um surto ao entrar na loja de Herta.

A violência ocorre em meio à guerra entre Israel e a organização terrorista islâmica Hamas, que se arrasta desde 7 de outubro do ano passado.

Advertisement. Scroll to continue reading.

Na entrevista à TV Globo, Blanco declarou à polícia ser apoiadora da causa palestina e que a agressão ocorreu depois de ser chamada de terrorista.
Segundo o Hamas, mais de 30,5 mil pessoas foram mortas por causa dos ataques israelenses no território palestino.

A vítima registrou um boletim de ocorrência na 2ª Delegacia Territorial de Arraial D’Ajuda no mesmo dia e gravou um vídeo em frente ao local, por meio do qual deu a sua versão sobre o ocorrido. “Ela entrou [na loja], me agrediu, me bateu. Destruiu minha loja. Simplesmente pelo fato de eu ser judia.”

A advogada da vítima, Lilia Frankenthal, afirmou à Folha no mês passado que a comerciante foi agredida com um tapa no rosto.

A Conib (Confederação Israelita do Brasil) e a Sociedade Israelita da Bahia emitiram nota de repúdio na época da violência.

“Uma agressão covarde, antissemita, que deve ser investigada como crime de ódio e seguir o seu devido processo legal. A Conib vem pedindo moderação e equilíbrio às nossas lideranças para não importarmos o trágico conflito em curso no Oriente Médio”, afirmam as entidades. (FOLHAPRESS)

Fonte: O tempo

Mais notícias