A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a petroleira vai seguir com a tendência de ‘abrasileirar’ os preços.
“Se eu aumentar o preço, vou perder o market share [fatia de mercado]. Esse preço segue a lógica empresarial e que não quer perder mercado. Vamos perseguir essa direção”, disse em coletiva realizada nesta segunda-feira, 27, ressaltando que é “indesejável” para a sociedade uma instabilidade dos preços.
Durante a campanha eleitoral, o presidente Lula fez um discurso sobre “abrasileirar os preços” da Petrobras, ou seja, decidir os valores dos combustíveis considerando a realidade operacional no Brasil. A fala também já foi repetida por Jean Paul Prates, que foi demitido do cargo de presidente da Petrobras na semana passada.
“A Petrobras sempre funcionou acompanhando uma tendência de preços internacionais, ora mais alta, ora mais baixa. O que é altamente indesejável? Trazer para a sociedade brasileira instabilidade de preços todos os dias”, disse Chambriard, que ressaltou que a Petrobras sempre “buscou pela estabilidade”.
Energia renovável
A nova presidente também disse refutar a tese de que negócios de energia renováveis são deficitários, e acrescentou que está mantido o interesse da Petrobras em fazer investimentos na área, conforme previsto no Plano Estratégico até 2028.
“A gente tem tradição nesse ramo (energia limpa), nossa matriz é renovável. Refuto que a energia renovável dê prejuízo, o mundo quer isso”, disse Magda.
Segundo Magda, a questão do interesse em renováveis vem de uma lógica comercial em um mundo que mira a neutralidade em carbono (net zero).
A sinalização, portanto, é de que a nova gestão da Petrobras deve dar continuidade à busca por ativos de geração de energia renovável, como vinha acontecendo sob Jean Paul Prates.
(Com Estadão Conteúdo)
Fonte: Exame
