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    Rondônia, terça, 28 de outubro de 2025.

Nacional

Viradouro é a campeã do Carnaval do Rio de Janeiro de 2024

A Viradouro é a grande campeã do Grupo Especial dos desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro de 2024. É a terceira vez que a escola leva o título que também foi comemorado em 2020 e 1997. A decisão dos juradas foi anunciada no fim da tarde desta quarta-feira (14 de fevereiro), na Escola do Samba.

O samba-enredo da Viradouro abordou a mitologia africana. A escola de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, foi a última a desfilar no Grupo Especial e fez um desfile tecnicamente perfeito ao levar para a Sapucaí o enredo “Arroboboi Dangbé”, sobre o culto vodum às serpentes. A escola também mostrou  a força da mulher negra, através do culto à cobra sagrada e sabedoria africana.

Sob os cuidados do carnavalesco Tarcísio Zanon, a Viradouro mergulhou no cosmo do vodum, tradição religiosa da Costa Ocidental africana que tem suas raízes entre o povo Jeje e Uidá. O enredo saudou o vodum, palavra que significa “espírito” na língua bês, da serpente.

Antes do início da apuração, o locutor das notas Jorge Perlingeiro anunciou que quatro escolas entraram com pedido de punição contra a Viradouro por, supostamente, usar mais de 15 pessoas em sua comissão de frente. A decisão só será divulgada nesta quinta-feira (15), mas não mudará o resultado da apuração devido à diferença grande de décimos para a segunda colocada.

No desfile da Viradouro, a divindade foi muito bem representada na comissão de frente. A apresentação, considerada uma das mais surpreendentes do Carnaval, trazia uma serpente que rastejava pela pista da Sapucaí. O efeito do elemento cenográfico acontecia com o auxílio de uma pessoa, deitada sobre uma estrutura com rodas.

Boa parte das alegorias da Viradouro tinham elementos que giravam em círculo, representando o movimento das serpentes. No refrão do samba-enredo, o vodum serpente era mais uma vez louvado: Arroboboi significa “salve o espírito infinito da serpente”.

Ao finalizar o desfile da última noite do Carnaval carioca, a agremiação foi seguida pelo arrastão da Sapucaí -isto é, o público deixou as frisas, camarotes e arquibancadas para invadir a avenida. Em uma espécie de canto premonitório, os presentes cantavam o samba a capela: “Arroboboi dangbé, desfila seu axé na alma e no couro. Derrama nesse chão a sua proteção pra vitória da Viradouro”.

A Viradouro foi uma das escolas que mais usaram a iluminação cênica, novidade do Carnaval deste ano. No momento em que as luzes da avenida apagavam, sobressaíam as cores neon das fantasias e do abre-alas, especialmente no primeiro setor do desfile.

A bateria puxada pelo mestre Ciça também trouxe força ao desfile e puxou o canto das arquibancadas para um samba difícil de cantar, visto a quantidade de palavras estrangeiras.

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No resumo do enredo, a Viradouro escreveu: “Caminhos abertos, a predição do oráculo revela a permissão e prenuncia tempos de luta de vitória”. Mostrando desde as épicas batalhas da Costa ocidental da África às sacerdotisas voduns, dinastia de mulheres escolhidas por Dangbé, a escola de Niterói conquista o terceiro título e acalma os corações daqueles que esperavam a vitória desde o desfile de 2023, quando a agremiação conquistou o vice-campeonato.

(COM INFORMAÇÕES YURI EIRAS E CAMILA ZARUR/ FOLHAPRESS)

Fonte: O tempo

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