O Ministério das Relações Exteriores do Brasil está considerando a necessidade de uma negociação direta com representantes do grupo Hamas para viabilizar a retirada de cidadãos brasileiros que expressaram o desejo de deixar a Faixa de Gaza. Isso ocorre em meio a um conflito em curso entre o Hamas e Israel, que já resultou em um alto número de vítimas fatais desde o sábado (7).
Até o momento, o Itamaraty já recebeu mais de dois mil pedidos de repatriação. Um dos brasileiros que estavam na rave atacada pelo grupo terrorista Hamas em Israel neste fim de semana, Ranani Glazer, 24, está morto. A informação foi confirmada pela tia do jovem à Folha na noite desta segunda-feira (9). Outros dois segue desaparecidos.
Mais de 260 morreram na rave. Não está claro se o brasileiro já está contabilizado nessa cifra, nem se ela faz parte do número total de vítimas do conflito iniciado no sábado.
Fontes ligadas ao governo brasileiro argumentam que a negociação direta com a autoridade palestina não é viável, uma vez que o controle efetivo da área em conflito é exercido pelo grupo Hamas.
A previsão é que o primeiro voo da Força Aérea Brasileira (FAB) transportando brasileiros resgatados de Israel chegue ao Brasil na quarta-feira (11).
Os brasileiros que desejam deixar a Faixa de Gaza manifestaram sua intenção às autoridades diplomáticas brasileiras em Ramallah, na Cisjordânia, e também no Egito. Estima-se que cerca de 6 mil brasileiros residam na Faixa de Gaza.
O plano é retirá-los pela fronteira com o Egito, que faz fronteira com a Faixa de Gaza e é palco dos confrontos entre o Hamas e as forças militares de Israel.
De acordo com informações apuradas, a evacuação pela passagem de fronteira entre Gaza e o Egito, que possui uma distância de aproximadamente 7 quilômetros, é uma operação arriscada em meio ao conflito em andamento. Se acordado com as autoridades egípcias, a evacuação terá que ser realizada por via terrestre, com a segurança sendo uma preocupação central. A rapidez da operação dependerá do progresso das negociações com o grupo Hamas. O Ministério das Relações Exteriores está em contato com autoridades em Israel e no Egito para garantir o sucesso dessa missão.
Em relação à primeira leva de brasileiros que partirão de Tel Aviv na terça-feira (10), a prioridade está sendo dada aos turistas, uma vez que eles não possuem residência fixa ou familiares em território israelense. A lista dos passageiros ainda está em processo de definição.
A embaixada brasileira em Tel Aviv já recebeu o contato de 2 mil brasileiros interessados em retornar ao Brasil, sendo a maioria composta por turistas que estão hospedados em Tel Aviv e Jerusalém.
Com informações do G1 e da Folha.
Fonte: O tempo
