O ator Stenio Garcia foi internado neste domingo (2), no Rio de Janeiro, com um quadro agudo de septicemia bacteriana no sangue. A condição, também conhecida como infecção generalizada ou sepse, é algo comum mas, geralmente, preocupante, pois pode levar a óbito. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada cinco mortes no mundo é causada pela septicemia. No Brasil, só no ano passado, ela causou 180.753 mortes, segundo dados do Portal da Transparência do Registro Civil.
A enfermidade costuma gerar dúvidas sobre sua origem e por que acontece com tanta frequência. O infectologista e presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Adelino de Melo Freire Júnior, explica que a septicemia parte de um quadro de infecção, que pode ser qualquer uma, bacteriana ou viral.
O que é?
Ela é uma resposta exacerbada a esse quadro clínico de infecção e acontece por meio de um conjunto de manifestações e alterações ao mesmo tempo, por isso se usa o termo infecção generalizada. “São alterações do sistema metabólico, circulatório, com reflexos em vários outros sistemas, como o neurológico. É uma série de alterações que decorrem do mesmo processo”, explica Adelino.
“Depois que instala a situação de sepse, já se assume a gravidade do problema, independente da origem da infecção”, explica o médico. “Uma vez que uma infecção desencadeia o processo de sepse, tempo é vida”, diz, lembrando que a equipe médica precisa ser ágil para tratar o problema. Esse tratamento será feito com medicamentos adequados, incluindo antibióticos.
Além disso, Adelio lembra que a sepse pode ser, muitas vezes, silenciosa e só ser percebida após desencadear um evento mais grave. Por isso, a experiência e atenção da equipe médica podem ser muito importantes para o diagnóstico precoce.
Por que ela acontece?
Uma das causas da sepse é a demora para iniciar o tratamento de uma infecção, que pode evoluir rapidamente, agravar e acabar causando um quadro de infecção generalizada. No entanto, esse é só um dos fatores que contribui. “A causa da síndrome em si parte de uma série de fatores genéticos, relacionados a cada uma das pessoas e ao equilíbrio que se estabelece entre a pessoa e o agente infeccioso. É algo individual, tem vários fatores envolvidos, que vão desde qual o agente infeccioso, quanto tempo de infecção, até como aquela pessoa responde individualmente”, explica Adelino. “Mas, claro, se você tem uma infecção sem o tratamento adequado, aumenta-se o risco de sepse”, pondera.
O especialista reforça que a sepse não é uma questão que acontece somente em hospitais. Muitas vezes o paciente pode chegar à unidade de atendimento já com um quadro de sepse avançado. Aliás, infecção generalizada e infecção hospitalar são coisas diferentes! A infecção hospitalar é uma infecção adquirida em ambiente hospitalar após internação para tratamento de outra condição, uma cirurgia, por exemplo. Já a sepse é uma resposta exacerbada do organismo a uma infecção já existente.
Tem como evitar?
Outra dúvida sobre a sepse é quanto à prevenção. Adelino Júnior explica que existem formas de se evitar que uma sepse ocorra. Vacinas, por exemplo, podem ajudar porque evitam o agravamento de uma doença. “A vacina contra pneumococo protege tanto de uma pneumonia quanto de uma bronquite. A vacina da Covid também é um exemplo. Os imunizantes reduzem muito o risco de sepse”, exemplifica.
Buscar tratamento tão logo se perceba os sintomas de uma infecção, como alterações urinárias e respiratórias, também é uma forma de prevenção. Isso porque, ao tratar a infecção, o paciente pode evitar que ela evolua. O médico explica ainda que ter conhecimento sobre doenças e sobre o próprio corpo e perceber os sintomas ajuda muito na busca precoce de um tratamento. No caso de crianças e idosos, é preciso que familiares deem atenção ao comportamento, já que a verbalização dos sintomas é mais difícil de acontecer.
Fonte: O tempo










































