A defesa do produtor Ederlan Mariano, de 35 anos, preso sob suspeita de envolvimento no assassinato de sua esposa, a cantora gospel Sara Mariano, negou nesta segunda-feira (30) que o suspeito tenha confessado a autoria do crime. No entanto, na última sexta-feira, a Polícia Civil da Bahia anunciou que a prisão temporária de Ederlan foi decretada e cumprida após a investigação apontar para seu envolvimento no delito, acrescentando que ele havia confessado o crime. O suspeito, agora, nega qualquer participação na morte da pastora.
O advogado de Ederlan afirmou ao O GLOBO: “Nos autos não há informações que comprovem que Ederlan confessou o crime. Apenas a polícia pode esclarecer a questão.”
Ederlan foi detido preventivamente na última sexta-feira (27), o mesmo dia em que o corpo de Sara Mariano foi encontrado carbonizado em um matagal próximo a Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. No pedido de prisão apresentado à Justiça, o delegado Euvaldo Costa dos Santos destacou que Ederlan exercia um controle emocional sobre a vítima e planejava destruir provas em seu telefone celular que sugeriam o planejamento do crime antes de ser capturado e supostamente confessar o assassinato.
No documento, o delegado relatou que Ederlan notificou o desaparecimento de Sara, alegando que a última vez que a viu foi na terça-feira (24). Além disso, enfatizou que “o investigado manifestou sua intenção de destruir as possíveis provas contidas no celular da vítima e prejudicar a investigação, bem como impedir a aplicação da lei penal.”
A defesa do suspeito nega a tentativa de destruição de provas. Segundo o advogado Otto Lopes, os conteúdos relacionados a supostas traições por parte de Sara Mariano foram armazenados para “preservar a imagem da família.” Lopes informou: “Ederlan armazenou os conteúdos, mas a polícia realizou um mandado de busca e apreensão e está de posse dos materiais.”
Questionada sobre as alegações feitas pelo advogado de Ederlan, a Polícia Civil respondeu à reportagem com a mesma declaração já divulgada sobre o caso, reafirmando que o marido de Sara Mariano confessou o crime.
Além disso, o advogado Otto Lopes alegou que Sara Mariano tinha amantes, incluindo um motorista de aplicativo que teria confirmado seu envolvimento amoroso com a vítima. Lopes argumentou que a pastora e cantora gospel enganava o marido, afirmando que estava indo para a igreja quando, na verdade, se encontrava com esses amantes.
No sábado, a irmã da cantora, Soraya Correia, divulgou um áudio no qual Sara Mariano relatou que o marido queria comprar uma arma. No diálogo, a cantora gospel afirmou que terminaria o relacionamento caso a compra da arma se concretizasse. A mãe da vítima também mencionou que a filha havia se queixado de brigas com o marido pouco antes de desaparecer.
Após o suposto desaparecimento de Sara, Ederlan utilizou as redes sociais, onde possuía centenas de milhares de seguidores, para pedir ajuda na busca por sua esposa. Ele compartilhou o pôster de pessoa desaparecida feito pela Delegacia de Proteção à Pessoa e apelou aos seguidores para auxiliá-lo diretamente, fornecendo um número de celular para contato.
Fonte: O tempo
